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Noites inuteis

A noite pareceu-me eterna. Contei todos os segundos. Ouvi todos os silêncios. Levantei-me. Sentei-me. Deitei-me de novo. 2h00. Acendi as luzes. Li. Escrevi. Apaguei as luzes. Deitei-me. Fechei os olhos e um turbilhão de pensamentos assombrou-me o sono. 3h45. Precisava mesmo de descansar. Escolhi Jack Johnson. Brushfire Fairytales. Pus os phones nos ouvidos. Compus a almofada. Carreguei play. Fechei os olhos. Acho que adormeci. 4h00. Acordei. Desesperei. Comecei a contar Mississipis ao ritmo dos segundos do relógio. Desliguei o relógio. Levantei-me. Fui beber um copo de água. Deitei-me. Voltei-me. Tirei o Edredon. Voltei-me para o outro lado. Passei o resto da noite entre voltas e revoltas. 6h00. Malditos segundos que parecem horas.7h14. Acho que adormeço. Acordo. Ouço o Renault sair às 9h00. Levanto-me. Olho-me ao espelho. Tenho umas olheiras enormes a sublinharem-me os olhos. Vou tomar banho. Tomo o pequeno almoço. Ligo o PC. Bebo um café. Como uma maçã. Estou oficialmente pronta para o dia. Hoje vou cansar-me. Correr até me doerem os músculos. Logo à noite hei-de dormir sem precisar de ser embalada!

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