Ensinaram-me a ser honesta, com os outros, principalmente. Ensinaram-me a respeitar. Tudo: seres humanos, animais, plantas, a ordem natural. Ensinaram-me a dar atenção. a partilhar. a aceitar. a ser humilde. Ensinaram-me a ser melhor. Ensinaram-me a valorizar o que tinha. Ensinaram-me a acreditar, a ter fé, a rezar. Ensinaram-me a amar, desse amor genuíno que se deve ter pelas pessoas que nos querem bem. E nada do que sou hoje, é fruto do não fui. As bases aprendi desde pequena. Aos poucos, fui reorganizando a ordem de acção. Fui fazendo a minha avaliação do ser, estar, aceitar, defender. Aprendi que existem vários caminhos para se alcançar algo, mas nem sempre o mais honesto é o mais fácil, e tão pouco, o caminho mais doloroso nos conduz onde queríamos, pelo menos com a rapidez que se queria chegar. Aprendi a ser paciente: com as filas nos supermercados, certos condutores mais pastelosos, os discursos demorados, com a internet que não carrega os videos, com as necessidades de um idoso, as exigências de uma criança, com os ritmos dos outros. Aprendi, um pouco à força, mas aprendi, a ser optimista, a ver o lado solarengo da vida e a dançar à chuva, a vestir sempre o meu melhor sorriso e a fazer da esperança a minha sombra. Por isso, hoje estou aqui de braços e alma aberta, disposta a ajudar, apoiar, ouvir, respeitar sem qualquer expectativa de retribuição mas com esperança de ter sempre alguém disponível para me dar o braço e caminhar lado a lado.
Recordo-me, como se fosse ontem, mas já lá vão 8 anos... Eu sabia que o meu estilo de vida era, na altura, extremamente acelerado e movimentado. Para além do laboral, acumulava e ainda acumulo, mais algumas atividades de responsabilidade que exigem planeamento e preparação e, por ser demasiado exigente comigo própria, estava constantemente em sobressalto, até que ... a primeira crise de ansiedade acontece , com sintomas físicos que nunca tinha experienciado, não com a intensidade sentida, principalmente quando me preparava para descansar. No final do dia, naquele parque de campismo, já a criançada dormia e na tenda dos adultos, todos os músculos do corpo entram num frenesim, o coração parece que está a correr a maratona mas sem se conseguir medir a pulsação, uma dor terrível no peito e falta de ar. Nessa noite, o acampamento passou para as urgências mas prosseguiu de forma normal depois do diagnóstico final. Aprendi a identificar o início de cada crise de ansiedade (fo...

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