07 agosto Desconfinámos, desconfiamos! De máscaras em riste entrámos a dar prioridade aos 2 metros de distância de gente estranha, e é tanta gente estranha que palmilham aqueles corredores e apalpam o mais pequeno bocado de tecido pendurado. Evitámos as confusões e desarrumações, porque não gostamos de coisas fora de sítio. Comprámos umas caixinhas para arrumar os pedaços do que ficar por utilizar. Também não gostamos de estragar. Estragar é desrespeitar o suor de tantas mãos de trabalho, agora afogadas em álcool gel, não vá o coronavirus saber nadar. Embebedamos o vírus, numa espirituosa destilada a 70%, servida sem gelo ou limão, num copo de 3 e acompanhado de uns bolinhos de canela, descongelados para o efeito. Não sei bem onde queria chegar quando comecem a escrever este dia, mas acabei por encontrar uma tachinha de arroz doce, numa varanda, ao luar.
eu escrevo sobre pessoas e às vezes sobre mim, em forma de textos eloquentes ou pensamentos desorganizados.