Avançar para o conteúdo principal

O futebol da minha mãe :)

Ando a ficar preocupada, a sério que ando.
Hoje cheguei a casa, à noite, e a minha mãe estava de volta dos tachos, a preparar o jantar e com a televisão ligada. Pensava eu que estivesse a ver o telejornal,como costuma ser hábito, quando não é o meu espanto que reparo que está a ver... futebol.  Sim, futebol! E o meu pai não está por perto, portanto foi por iniciativa própria. 
Nisto diz-me toda entusiasmada, mais ou menos assim:
- Heina o Nani marcou um golo espectacular. Um jogador passou-lhe a bola e ele em frente à baliza, muito descontraído, faz assim..." e exemplifica o que percebi ser um toque de calcanhar!
Desmanchei-me a rir!
Por favor, façam um esforço e tentem imaginar uma senhora de 62 anos, baixinha (nao sei concretamente a quantidade de poucos metros, mas arrisco 1.50 m), gordochinha  (também não sei concretamente a quantidade de kg, mas diria gordochinha q.b.), muito adepta de flores e plantas, ou não fosse engenheira agrónoma e cujos únicos jogos de futebol que vê são aqueles que é obrigada por ter que partilhar a TV com os restantes adeptos de futebol cá de casa (e conte-se a minha avó de 92 anos, adepta do Sporting porque os netos o são). Imaginem esta senhora, a exemplificar um toque de calcanhar, com um rodopio pelo meio!
Eu, que não vi o golo, fiquei a perceber exactamente como tudo aconteceu. E com isto tudo, quem é que precisa de repetições?
Pronto, podem não conseguir imaginar, mas acreditem... é hilariante!
Mas há mais! Durante o jantar, ainda se jogava em Machester, a câmara foca o Rooney no banco de suplentes e ela sai-se com esta (mais uma vez mais ou menos assim): "Olha o Rooney, não está a jogar porque está lesionado!" 
E eu fico pasmada, de olhos e boca aberta, como quem não está a acreditar no que está a ouvir.
"A minha mãe sabe identificar o Rooney! Estou oficialmente estupidificada!"
E agora digam-me lá: tenho ou não tenho razão para ficar preocupada?
É uma caixinha de surpresas a minha D. Dulce! : )

Comentários

burro@solta disse…
é com cada fenomeno nesta Cumeira de Baixo...

lol
Sara Silva disse…
A quem o dizes!
Estamos a evoluir na caligrafia burro@solta ;)

Mensagens populares deste blogue

Relatos de um Ansiosa Pouco Anónima #1

Recordo-me, como se fosse ontem, mas já lá vão 8 anos... Eu sabia que o meu estilo de vida era, na altura, extremamente acelerado e movimentado.  Para além do laboral, acumulava e ainda acumulo, mais algumas atividades de responsabilidade que exigem planeamento e preparação e, por ser demasiado exigente comigo própria, estava constantemente em sobressalto, até que ...  a primeira crise de ansiedade acontece , com sintomas físicos que nunca tinha experienciado, não com a intensidade sentida, principalmente quando me preparava para descansar.  No final do dia, naquele parque de campismo, já a criançada dormia e na tenda dos adultos, todos os músculos do corpo entram num frenesim, o coração parece que está a correr a maratona mas sem se conseguir medir a pulsação, uma dor terrível no peito e falta de ar. Nessa noite, o acampamento passou para as urgências mas prosseguiu de forma normal depois do diagnóstico final. Aprendi a identificar o início de cada crise de ansiedade (fo...

disse-me um dia o Sabino

“ Tenho uma coisa para te dizer" disse-me o Sabino, numa tarde de luto. “Continua a escrever. Já te li várias vezes e tens uma forma alegre de contar histórias.”   Agradeci em palavras e em pensamentos, mas nem sempre é fácil, nem sempre há motivação ou tema. Também acontece, frequentemente, não permitir muito tempo à escrita nem à imaginação. É mesmo com tristeza que escrevo, não ter sido fiel ao pedido que me fez há alguns anos.  Sempre encontrei no Sabino - há quem até o chame de Américo, o que não está totalmente errado, não fosse esse o seu primeiro nome - além do amigo de família, um ser humano carregado de empatia e muita brincadeira, com a sua Fátima, lado a dado e o brilho no olhar, de quem guardou dentro de si a felicidade.  Quando eu era criança, dificilmente conseguia resistir sem gargalhar, às anedotas que contava, quando partilhávamos a viagem de regresso à casa de cada um.  Agora, já adulta, continuo sem conseguir conter o sorriso, sempre que ...

coisas que podiam ser eliminadas da humanidade e não se perdia nada

o palavrão, filho da p**a ou qualquer outro que envolva a mãe do destinatário.  eu até sou devota de uma boa asneira dita no momento certo e na hora certa, porra, (este caso não é exemplo, é só um murro na mesa) mas reparem como esta expressão, especificamente, nada liga ao interlocutor mas sim à mãe do dito cujo, como se a pobre senhora tivesse culpa da estupidificação do seu descendente. Deixem as mães em paz e chamem o diabo p'lo nome!