Recordo-me, como se fosse ontem, mas já lá vão 8 anos...
Eu sabia que o meu estilo de vida era, na altura, extremamente acelerado e movimentado.
Para além do laboral, acumulava e ainda acumulo, mais algumas atividades de responsabilidade que exigem planeamento e preparação e, por ser demasiado exigente comigo própria, estava constantemente em sobressalto, até que ... a primeira crise de ansiedade acontece, com sintomas físicos que nunca tinha experienciado, não com a intensidade sentida, principalmente quando me preparava para descansar.
No final do dia, naquele parque de campismo, já a criançada dormia e na tenda dos adultos, todos os músculos do corpo entram num frenesim, o coração parece que está a correr a maratona mas sem se conseguir medir a pulsação, uma dor terrível no peito e falta de ar. Nessa noite, o acampamento passou para as urgências mas prosseguiu de forma normal depois do diagnóstico final. Aprendi a identificar o início de cada crise de ansiedade (foram 2 ou 3 menos intensos, depois do episódio do parque de campismo) e agora já identifico os sintomas iniciais, verbalizo a tomada de consciência de que é "só ansiedade", tento controlar a respiração e os pensamentos, mentalizando que aquelas preocupações (normalmente à noite e maioritariamente extrapoladas) não serão resolvidas nem por mim, nem por ninguém às 3h da manhã.
Entretanto fiz as pazes com a ansiedade apesar do contínuo de sobressaltos que tão bem sei criar e de as resoluções de vida estarem num estado muito cru e embrionário.
Voltei às corridas, aprendi a não carregar as responsabilidades de todos às costas, aprendi precisamente que não preciso de resolver tudo e estou ainda a aprender a relativizar as preocupações (é todo um processo).
Ainda tenho que enterrar o machado, algumas vezes... mas agora os sintomas desaparecem mais rapidamente.
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