Falta-me a coragem quando mais preciso dela. Tenho que desenvolver este instinto de espontaneadade, do ser só por ser e do fazer no momento "agora". Com medo de sair magoada, vou deixando passar oportunidades, que posso nunca mais vir a ter. No silêncio faço todos os cálculos, preparo discursos, prevejo situações, arranjo soluções. Mas quando é altura de agir, todos os músculos se retraiem: as pernas não avançam, os braços não alcançam, o rosto fica rubro e a língua tende a dizer palavras sem sentido. Só o coração continua a bater, como que a obrigar as outras partes do corpo a cumprirem o que por todos foi acordado. Então bate ainda mais forte, mas nada que faça parece ser suficiente para acordar os músculos, que tímidos de vergonha, me deixam, mais uma vez, a lamentar toda esta falta de coragem!
Recordo-me, como se fosse ontem, mas já lá vão 8 anos... Eu sabia que o meu estilo de vida era, na altura, extremamente acelerado e movimentado. Para além do laboral, acumulava e ainda acumulo, mais algumas atividades de responsabilidade que exigem planeamento e preparação e, por ser demasiado exigente comigo própria, estava constantemente em sobressalto, até que ... a primeira crise de ansiedade acontece , com sintomas físicos que nunca tinha experienciado, não com a intensidade sentida, principalmente quando me preparava para descansar. No final do dia, naquele parque de campismo, já a criançada dormia e na tenda dos adultos, todos os músculos do corpo entram num frenesim, o coração parece que está a correr a maratona mas sem se conseguir medir a pulsação, uma dor terrível no peito e falta de ar. Nessa noite, o acampamento passou para as urgências mas prosseguiu de forma normal depois do diagnóstico final. Aprendi a identificar o início de cada crise de ansiedade (fo...
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