A mafaldinha tem razão: "Fecham-se os olhos e o mundo desaparece!" E não é preciso um longo sono, para "muito" desaparecer. A relação de quantidades não é de todo proporcional, e por isso é que vidas que demoraram anos e décadas a serem construídas, desaparecem assim, num piscar de olhos...
É esse espaço de milésimos de segundos em que ficamos na escuridão (e que acontece vezes demais para mim que gosto tanto de ver) que separa cada frame, cada acção, cada pensar, cada palavra... cada vida.
Ainda no Domingo passado estive à conversa com um amigo da família e soube que esta semana teve um acidente e esteve em coma... (escuridão... demasiada escuridão). Num pestanejar, o mundo desaparece e tudo o que fomos e construimos para ser (filhos, pais, amigos, trabalhadores, etc) e que demos por absoluto como nosso, passa a um estado relativo de escuridão.
Já tentei não pestanejar, mas fiquei sem ver na mesma, com os olhos cobertos de lágrimas. Acho que abrimos e fechamos os olhos para podermos recomeçar, mesmo se tivermos feito tudo bem; para nos apercebemos que ainda há luz e, antes que a escuridão retorne, podermos ser aquilo que gostávamos de dar ao mundo e que ficasse como uma tatuagem nossa na existência dos outros.
É que num piscar de olhos, somos tudo ... e nada!
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