Saí apressada, de mala na mão, a acabar o resto do iogurte, já com 10 minutos de atraso em relação ao habitual, o que tem acontecido mais vezes do que eu queria. desci as 3 escadas que me conduzem ao hall do prédio de um só salto, e, sem olhar lá para fora, carrego no trinco, abro a porta num esticão e quando levanto a cabeça para me fazer à rua, sinto o efeito choque de uma cidade morta. A estrada estava vazia, o jardim deserto, os bancos da esplanada sem vivalma, o comboio parado na linha, o autocarro na paragem de portas abertas, a unica pessoa que se encontrava na entrada da estação estava sentada, quieta, a ler um livro... será que o mundo tinha parado e eu, naquele turbilhão de atrasos e correrias, nem tinha dado por isso?? Depois de ter descido os degraus da estação, apercebi-me que tinha sido tudo ilusão de optica e coincidência de momentos! Daquele lado do mundo, a cidade acordada e viva, gritava do alto das suas 9h da manhã!
Recordo-me, como se fosse ontem, mas já lá vão 8 anos... Eu sabia que o meu estilo de vida era, na altura, extremamente acelerado e movimentado. Para além do laboral, acumulava e ainda acumulo, mais algumas atividades de responsabilidade que exigem planeamento e preparação e, por ser demasiado exigente comigo própria, estava constantemente em sobressalto, até que ... a primeira crise de ansiedade acontece , com sintomas físicos que nunca tinha experienciado, não com a intensidade sentida, principalmente quando me preparava para descansar. No final do dia, naquele parque de campismo, já a criançada dormia e na tenda dos adultos, todos os músculos do corpo entram num frenesim, o coração parece que está a correr a maratona mas sem se conseguir medir a pulsação, uma dor terrível no peito e falta de ar. Nessa noite, o acampamento passou para as urgências mas prosseguiu de forma normal depois do diagnóstico final. Aprendi a identificar o início de cada crise de ansiedade (fo...
Comentários