o ar condicionado mantinha o ambiente fresco, mas os arrepios de frio não eram resultado da ventilação. aquelas 4 paredes brancas e as cadeiras vazias à minha volta, tiveram um efeito arrebatador sobre mim. fizeram estremecer todo o bocadinho de esperança e confiança com que tinha dado entrada na sala de espera do Piso -1 à 2h atrás. sempre detestei salas de espera. as portas abrem e fecham e encarregam-se de movimentar ar e pessoas à tua volta, enquanto tu continuas sentada. mas aquela sala de espera, hoje, conseguiu abalar o meu mundo. transformá-lo num bocado de papel amassado e arremessado para o cesto do lixo sem dó nem piedade. 20 minutos corridos, respirei fundo, pus os nervos na ordem, contei até perder a conta aos números e o coração começou a bater a um ritmo mais normal. antes tinham lá estado senhoras com "fato completo". afinal eu só tinha uma bata. mesmo que fosse coisa mais grave, o mundo não acabava. de animo mais leve lá entrei na sala de exames, ao som do "Sara Silva" tão familiar! :)
Recordo-me, como se fosse ontem, mas já lá vão 8 anos... Eu sabia que o meu estilo de vida era, na altura, extremamente acelerado e movimentado. Para além do laboral, acumulava e ainda acumulo, mais algumas atividades de responsabilidade que exigem planeamento e preparação e, por ser demasiado exigente comigo própria, estava constantemente em sobressalto, até que ... a primeira crise de ansiedade acontece , com sintomas físicos que nunca tinha experienciado, não com a intensidade sentida, principalmente quando me preparava para descansar. No final do dia, naquele parque de campismo, já a criançada dormia e na tenda dos adultos, todos os músculos do corpo entram num frenesim, o coração parece que está a correr a maratona mas sem se conseguir medir a pulsação, uma dor terrível no peito e falta de ar. Nessa noite, o acampamento passou para as urgências mas prosseguiu de forma normal depois do diagnóstico final. Aprendi a identificar o início de cada crise de ansiedade (fo...
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