Gostei simplesmente porque conheço o espaço a descrição do esforço de concretizar aquele lugar, está representado nas letras desta "cronista"
"Budas grandes, médios e pequeninos, soldados de terracota que marcham colina verde abaixo em direcção a um grande lago, enchem os 35 hectares do Buddha Eden Garden, no Bombarral, nos terrenos da fantástica Quinta dos Loridos. É possível visitá-los a pé (ou num pequeno comboio, se tiver consigo crianças), subindo e descendo a encosta, e embora falte informação que nos explique exactamente o que representa cada uma das estátuas, o passeio faz justiça à filosofia do seu criador, o comendador Joe Berardo, que quis criar um jardim de paz, em resposta à destruição dos Budas Gigantes de Bamyan, pelos talibã do Afeganistão.
Sentada na relva, escoltada pelos soldados do comendador, diverti-me a pensar que Berardo devia começar a alegar que as suas emblemáticas t-shirts pretas, mais não são do que a farda do Zorro."
"Budas grandes, médios e pequeninos, soldados de terracota que marcham colina verde abaixo em direcção a um grande lago, enchem os 35 hectares do Buddha Eden Garden, no Bombarral, nos terrenos da fantástica Quinta dos Loridos. É possível visitá-los a pé (ou num pequeno comboio, se tiver consigo crianças), subindo e descendo a encosta, e embora falte informação que nos explique exactamente o que representa cada uma das estátuas, o passeio faz justiça à filosofia do seu criador, o comendador Joe Berardo, que quis criar um jardim de paz, em resposta à destruição dos Budas Gigantes de Bamyan, pelos talibã do Afeganistão.
Transportar 6 mil toneladas de mármore e granito para o Bombarral, importar, desencaixotar e implantar no terreno estátuas gigantes e figuras de terracota, criar pontes e lagos com peixes orientais, é megalómano? Provavelmente, como são muitos dos outros projectos do comendador, mas a verdade é que as casas são restauradas,os jardins abertos ao público, as colecções visitáveis, com direito ainda por cima a uma garrafa incluída no preço do bilhete.
Marketing, narcisismo, patriotismo, ponha-lhe os nomes que quiser, mas a obra está feita. Tudo conseguido com dinheiro que não tem, empréstimos de bancos que não paga? Dessas coisas não sei nada. Mas a bem da verdade, enquanto passeava pelo jardim sob um céu azul perfeito, pensava que é preferível restaurar casas, criar parques e pendurar quadros fabulosos nas paredes de museus, do que construir sedes e sucursais bancárias, de gosto duvidoso, quando não mesmo mamarrachos que poluem para sempre as cidades e as vilas deste país, e em que só podemos entrar se tivermos dinheiro para depositar ou levantar. Sentada na relva, escoltada pelos soldados do comendador, diverti-me a pensar que Berardo devia começar a alegar que as suas emblemáticas t-shirts pretas, mais não são do que a farda do Zorro."

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