ao olhar para o meu reflexo na janela do quarto, e não arranjando desculpas para as minhas ações, ou culpados no caso (porque não há culpados), apercebo-me que existe uma justificação para eu "passar a vida no facebook", como dizem que passo e, como na realidade passo. E agora, confessando aqui para estas quatro paredes vazias e este espelho pouco lido, a razão é mesmo a falta de algo melhor para fazer. São todos os dias as mesmas 6 horas de solidão: comida para um, mesa para um (quando não é de tabuleiro nos joelhos em frente ao PC), bilhete de cinema online para um, e quando preciso de falar, é isto que faço, escrevo! Queixo-me dessa situação, uns dias mais do que outros, com imagens/músicas que partilho e com lágrimas que limpo rapidamente, para não me dar tempo suficiente de pensar que sou uma coitada (porque não sou). Nem imagino o sofrimento de tanto idoso que tem por unica companhia uma caixa de televisão, com vozes que aprenderam a gostar, por ser a única que lhes alegra a casa.
Recordo-me, como se fosse ontem, mas já lá vão 8 anos... Eu sabia que o meu estilo de vida era, na altura, extremamente acelerado e movimentado. Para além do laboral, acumulava e ainda acumulo, mais algumas atividades de responsabilidade que exigem planeamento e preparação e, por ser demasiado exigente comigo própria, estava constantemente em sobressalto, até que ... a primeira crise de ansiedade acontece , com sintomas físicos que nunca tinha experienciado, não com a intensidade sentida, principalmente quando me preparava para descansar. No final do dia, naquele parque de campismo, já a criançada dormia e na tenda dos adultos, todos os músculos do corpo entram num frenesim, o coração parece que está a correr a maratona mas sem se conseguir medir a pulsação, uma dor terrível no peito e falta de ar. Nessa noite, o acampamento passou para as urgências mas prosseguiu de forma normal depois do diagnóstico final. Aprendi a identificar o início de cada crise de ansiedade (fo...

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