11 maio 2020
Disseram-me um dia, “não poderás sair à rua e encher os pulmões de primavera.”
Então calcei as vontades, fechei a porta e só voltei a casa com o brilho das estrelas.
Não sei de quantos horizontes fui feita, nesse dia.
Talvez tivesse atravessado Pantagónias e Egiptos, em direção a tudo o que um dia me iria fazer falta à vista.
Hoje, abro a janela do meu quarto e os pulmões à brisa fresca da manhã, não vá o oxigénio escaciar e os abutres, em voo picado, tentarem comprar todas moléculas que há no ar.
Respiro por todos os sentidos.
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